quinta-feira, 7 de março de 2013

Semana da mulher: Florbela Espanca

Trago pra vocês um poema de uma das minhas poetas preferidas:
Florbela Espanca, nascida em Portugal, viveu durante a primeira
metade do século XX, nos deixando uma obra bela e melancólica.


Horas rubras



Horas profundas,lentas e caladas
Feitas de beijos sensuais e ardentes,
De noites de volúpia, noites quentes
Onde há risos de virgens desmaiadas...



Ouço as olaias rindo desgrenhadas...
Tombam astros em fogo, astros dementes.
E do luar os beijos languescentes
São pedaços de prata p’las estradas...



Os meus lábios são brancos como lagos...
Os meus braços são leves como afagos,
Vestiu-os o luar de sedas puras...



Sou chama e neve branca misteriosa...
E sou talvez, na noite voluptuosa,
Ó meu Poeta, o beijo que procuras!

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